domingo, 7 de novembro de 2010

Naquela manhã o sol havia nascido quente e o céu não apresentava nenhuma nuvem, apenas um azul muito claro e convidativo, no jardim, por entre as plantas e o leve vento que começara a soprar, podia-se ouvir o som do rio que nascia junto à fundação do castelo de Paralta, suas águas desciam montanha abaixo seguindo por encanamentos naturais de água congelada e corria por toda Azarak saciando a sede de todas as criaturas que dela precisasse. Esta mesma água jorrava da grande fonte que adornava a frente do Castelo das Nuvens, os cinco dragões entalhados em uma única peça de pedra mágica branca pareciam espantar todos os males que o mundo abaixo da montanha reservava ao povo que nascia em Paralta. A cidade estava silenciosa, alguns poucos habitantes montavam suas barraquinhas na famosa feira do “tudo se acha”, mesmo assim, seus movimentos eram os mais leves possíveis, as ruas estavam mudas, até os pássaros pareciam economizar seus gorjeios.
No castelo, Arien apoiava-se no peitoral da sacada  tentando observar as sílfides brincando por entre as rosas, o dia estava perfeito, ela podia sentir o cheiro de bolo de mel e maçã sendo servido ainda quente no grande salão abaixo de seus pés, mas ainda não era a hora de descer, todo este silêncio só podia significar uma coisa. Escolheu os adornos mais belos que tinha e os vestiu, seu sorriso denunciava a ansiedade que sentia.
- Majestade, o desjejum está servido... - disse um dos empregados.
- Obrigada Alderan, mas terei mais convidados esta manhã, esperarei por eles. – respondeu Arien. – Ordene que abram os portões do castelo, descerei agora para recebê-los.

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Ao saírem da caverna da luz, os viajantes se depararam com a visão magnífica da cidade de Paralta, construída sobre a mais alta montanha de Azarak, as torres do castelo eram tão altas que quase sumiam por entre as nuvens.
- Sempre que entro nesta cidade ela me parece mais tranqüila e irreal. – adiantou-se Kayna pensativa. – Nunca vou me acostumar com este lugar.
- Isso porque nasceu aqui, hahaha! – comentou Aglar rindo e mostrando seus grandes dentes de dragão azul. – Espero que as pessoas corram logo e me deixem em paz, odeio quando ficam implorando para que eu não os coma. Três metros de altura não são nada se comparados ao meu avô de dez!
- Todas as criaturas são bem vindas em Paralta, grandioso Aglar. Desde um pequeno silfo até um enorme Troll– disse Elion tomando a frente do grupo montado em um belo exemplar de unicórnio negro, com cascos de prata e crina azul. O rei olhou para o céu, para o castelo e para a rua principal que o levaria até sua vida tranqüila que enfim merecia, “Estou em casa!” suspirou aliviado.

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