quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Havia um gato no caminho...

Observações iniciais: 
  • os personagens do universo de "Naruto" pertencem a Masashi Koshimoto,
  • este fic não tem fins lucrativos;
  • sim eu misturei um monte de personagens que só existem nos nossos RPGs malucos;


(...)

Toph tinha ganho aquele dia de folga, estava entediada porque não havia nada o que fazer e sua vontade era de sair correndo direto para Suna e nunca mais voltar. Ainda deitada na cama vestindo um pijama de cor azul, velho e com ursinhos saltitantes ela transpassava o pingente de jade pelos dedos. Amaya abriu a porta lentamente.
- Toph-chan... você quer ir comigo ao mercado? – perguntou
Toph levantou devagar e sentou-se na cama, o pingente pendeu para baixo e ela teve um rápido flashback dos últimos acontecimentos. Coçou a cabeça e disse:
- Ta bom... relaxar um pouco fora de casa faz bem às vezes. Um minuto e já troco de roupa.
 Amaya observando a roupa de dormir da amiga não conseguiu conter o riso:
- Hahaha é... isso não é nada sexy... ursinhos?
Toph levou a mão ao tecido do pijama fez uma careta e rebateu:
- É confortável. Ursinhos? Eles ainda estão visíveis? Pensei que já estivesse ido embora...
Amaya revirou os olhos e concluiu:
- Alguns já estão sumindo... você precisa de roupas novas.
Toph fez outra careta e continuou trocando suas vestes.
- Concordo, mas isso aí para mim é pior do que missão de rank A... difícil – respondeu colocando a blusa e apertando o cinto.
Amaya insatisfeita com o desleixo da amiga encostou no batente da porta e  tentou mudar de assunto:
- E como foi lá com o Kazekage?
A garota cega soltou um longo suspiro.
- Foi a melhor coisa que já aconteceu na minha vida, espero poder voltar lá um dia, pelo menos para vê-lo...
Amaya continuou:
- Fiquei sabendo de umas fofocas, um gatinho me contou que o ruivokage ta rondando minha irmãzinha...
Toph envergonhada respondeu prontamente:
- Nekomaru baka! – suas bochechas estavam pegando fogo – Segundo ele Gaara-san já havia me visto antes, mas isso não quer dizer muita coisa né? Sou só uma kunoichi e ele um Kage, seria meio complicado...
A moça dos cabelos brancos deu um sorriso tímido e tentou animar a amiga:
- Talvez signifique muita coisa... talvez ele esteja sozinha também.
Toph pensou por alguns segundos e segurou novamente o pingente dizendo:
- Eu nunca dei sorte com isso Aya-nee, mesmo que aqui dentro de mim exista um pouco de esperança, eu preciso ser realista e não ficar fantasiando. – ela ajeitou o cabelo e prendeu sua tiara na cabeça – Vamos, estou pronta.

O mercado estava bem cheio, era dia de frutas e peixe frescos. Embora fosse uma ninja habilidosa Amaya era péssima compradora, colocando na vasilha alguns itens maduros demais ou verdes demais. Toph sentindo o cheiro das coisas retirou a vasilha da mão da amiga dizendo:
- Faz isso direito, gastar dinheiro à toa para a gente passal mal não dá né?
Ela devolveu as coisas no lugar e voltou a escolher as coisas pelo cheiro e textura. Amaya vendo a prática da amiga lamentou:
- Sou uma péssima dona de casa.
Enquanto as duas discutiam coisas banais um leve aroma de Mirra tocou levemente o nariz da kunoichi cega. A lembrança do cheiro delicioso que exalava o Kazekage tomou conta de Toph que perdeu os sentidos por alguns segundos.
-Toph-chan? – perguntou Amaya tocando o ombro da amiga.
- Que? Hã? – assustou-se Toph – Não é nada... “deve ser minha imaginação” - pensou.
Ao fim das compras enquanto caminhavam conversando banalidades e discutindo o quanto o Nekomaru é irritante mais uma vez o aroma exótico alcançou o nariz da Kunoichi morena. Toph se concentrou no cheiro e lembrou da voz grave que deixava suas pernas bambas. A fim de afastar o flashback ela coçou o nariz e falou baixinho consigo mesma:
- Seria legal se fosse ele mesmo, mas deve ser de alguma loja de artigos especializados...
Ao ouvir a indagação de Toph Amaya perguntou:
- Loja do que?
- N... nada não! Eu é que estou tendo devaneios aqui, desculpe. – respondeu Toph atrapalhada.
A expressão da garota de cabelos brancos deixava claro que ela havia entendido o que estava acontecendo. Ela aproximou-se da amiga e disse:
- Ixi irmãzinha, ele mexeu mesmo com você não é?
Toph ao ver que não conseguiria se desvencilhar de Aya respondeu meio desanimada:
- Muito.
- E como ele é ? – perguntou a mulher de cabelos brancos.
- Ele é da minha altura, eu acho, exala um cheiro bom de Mirra... a voz dele é meio rouca e grava ao mesmo tempo, é difícil explicar, só sei que, quando ele fala,  é como se eu não “visse” mais nada. – descreveu Toph meio distraída tentando relembrar cada minuto que passou com ele.
- Ah que gracinha. – disse Amaya.
Enquanto Toph descrevia mais o Kazekage as duas ninjas passaram por perto do escritório do Hokage onde havia uma certa agitação. Toph imediatamente sentiu o cheiro de Mirra se acentuar, mas resolveu ignorar devido a situação.
- Deve ter acontecido algo grave... – disse a menina cega. – Ainda bem que estou de folga.
Amaya observou mais atentamente a entrada do prédio do Hokage e murmurou:
- Hum...
- O que você viu? O que eu perdi? – perguntou Toph devido a sua limitação visual.
Amaya abriu um sorriso digno do Gato de Cheshire e disse baixinho perto do ouvido da amiga:
- Suna Shinobis...
Toph sentiu a tristeza tomar sua face e lamentou precipitadamente:
- Devem estar em missão...
As duas ainda estavam concentradas nos ninjas de Suna quando Nekomaru apareceu envolto em fumaça e fazendo um baruhão PUFT! Sem nem mesmo esperar o ruivo abrir a boca Toph disse o mais alto que sua indignação permitiu:
- Puto!
- Também te amo anãzinha, mas eu te amo mais gatinha! – respondeu o Gato dando um selinho em Amaya. – Bom meninas, sem querer ser chato, mas por ordem de Vossa Excelência Cabeça-oca-Uzumaki a presença da anãzinha foi solicitada à sala do Hokage.
Toph sem saber como reagir apontou para si mesma e disse:
- Eu? Mas... é minha folga. Fiz algo errado?
- Vai logo mulher! Não questione minhas ordens moleca, some daqui! – falou Nekomaru.
Toph sentiu vontade de quebrar alguns dentes do Rapaz, mas resolveu ir logo ver o que o Hokage queria com ela.

(continua...)

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Sorte Maior (continuação do "esqueci o nome da história")

Observações iniciais: 
  • os personagens do universo de "Naruto" pertencem a Masashi Koshimoto,
  • este fic não tem fins lucrativos;
  • sim eu misturei um monte de personagens que só existem nos nossos RPGs malucos;
  • o líder do clã Hyuuga nesta época em nosso buraco temporal é um cara chamado "Hiroshi" não me perguntem por que (isso é ooooutra história)... agora sim, divirtam-se:


(...)

Passado o incidente com o Ninja-Gato os dois puderam aproveitar para passear pelo festival. As pessoas olhavam para o casal com surpresa e admiração pela moça que estava de mãos dadas com o Kazekage. O comentário do povo era favorável a garota cega, afinal ela talvez não se importasse de ficar com o homem mais temido de Suna.
- Parece que você nasceu para chamar atenção. – disse Gaara observando as pessoas a sua volta.
- ... e...eu? – perguntou Toph ruborizada.
- Isso é bom, muito bom. – argumentou Gaara envolto em pensamentos futuros.
- Neko-chan disse que você já havia me visto antes? – questionou a garota.
- Hum... eu estava em Konoha para resolver uns problemas diplomáticos com os Hyuugas e vi o início do exame chunin... perguntei a Neji-san se você era da família dele e ele disse que você era uma kunoichi cega, fiquei intrigado. – respondeu o Kazekage.
- Sempre me confundem com os Hyuugas... – lamentou Toph
- Seria ótimo se você fosse uma... eu teria tido menos problemas com Hiroshi-sama. – falou Gaara em um tom pensativo.
- Eu poderia saber por quê? – a curiosidade de Toph despertou.
- Digamos que Hiroshi-sama me fez uma proposta, ele me ofereceu uma esposa e eu poderia escolher, em troca disso faríamos acordos entre os Sabakus e os Hyuugas, entendeu?
- Que coisa horrível... – disse Toph.
- Também acho, mas eu estaria disposto a relevar a proposta se você fosse um deles. – disse Gaara observando a reação da garota.
- e... er... eu... – A garota acostumada com a língua afiada e que não deixava perguntas sem respostas agora parecia uma criança sem saber o que dizer.
- Me perdoe a ousadia, mas eu me senti atraído por você. – falou Gaara com o rosto enrubescido.
Após esta frase seguiu-se um silêncio atordoante.
- Não foi minha intenção deixá-la constrangida, pode retornar a Konoha se assim desejar. – lamentou Gaara com todo cuidado possível para não parecer rude.
- Eu não desejo voltar, mas tenho certas obrigações em Konoha...- esta última palavra saiu quase que inaudível demonstrando a insatisfação da garota.
- Entendo. - murmurou o ruivo com sua voz grave. – Eu poderia lhe dar uma coisa antes?
- Acho que sim. – respondeu Toph surpresa.
Ele retirou do próprio pescoço um colar de prata delicado com um pingente de Jade em forma de gota, e colocou no pescoço da garota cega.
- É para dar sorte. – disse.
Abrindo um sorriso tímido e segurando o pingente a fim de sentir seu formato Toph respondeu sem nem mesmo pensar:
- Arigatou, mas acho que já tive a sorte maior.
Gaara sentiu aquela dor no peito novamente e por fim entendeu o que ela significava. Quanto mais ele olhava para aquela mulher mais atração sentia. Agora ele podia entender as coisas que seu irmão resmungava ao ver uma garota bonita passar por eles.  
Toph segurava o pingente como se fosse a coisa mais importante do mundo e seu rosto transbordava felicidade. O mundo poderia acabar naquele momento, nada mais importava. Quando finalmente chegou a hora do adeus, o ruivo segurou em seu rosto e deu-lhe um beijo carinhoso.
- Nos vemos em breve. – disse o Kazekage.
- Eu vou voltar assim que for possível – murmurou Toph aproveitando ao máximo aquele momento, todos os seus sentidos estavam mais aguçados do que o normal.
Assim que a kunoichi saiu do escritório, Gaara permaneceu ali de pé estático invadido por diversos pensamentos no que se referia ao seu futuro e o da ninja cega. Um pouco de medo tomou sua mente ao perceber que talvez eles nunca mais tornassem a se ver, as regras eram rígidas para um líder importante como ele.

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Dois dias se passaram desde a visita de Toph à aldeia da Areia. As flores do festival jaziam nos lixos da cidade e o vento habitual espalhava os diversos aromas exóticos dos mais variados incensos se Sunagakure. Rumores sobre a garota cega apimentavam as conversas murmurantes dos empregados do palácio do Kazekage.
Temari abriu a porta do escritório e caminhou até o homem de cabelos cor de fogo cochilando sobre os papéis espalhados pela grande mesa. Ela abriu um sorriso sarcástico e jogou com toda a força na mesa o maço de papéis que estava nas mãos. O estrondo acordou abruptamente o ruivo:
- NÃO! – gritou ele assustado como se ainda estivesse sonhando.
A loira sentou-se delicadamente próximo ao irmão como se nada tivesse acontecido colocou os cotovelos na mesa e apoiou o rosto nas mãos cruzadas:
- Bom dia otouto-chi. – disse com sua voz macia e sorrindo.
- PUTA MERDA NEE-CHAN, não poderia ser mais sutil? – grunhiu Gaara.
- Faz dois dias que você trabalha sem parar, você precisa urgentemente dormir e tomar um banho porque está fedendo como o nii-san.
- O que são esses papéis? – perguntou o Kazekage ignorando o comentário da irmã.
- Como eu sou uma garota muito maravilhosa e a melhor irmã do mundo, decidi verificar umas coisinhas nas tais “regras” de conduta que você andou procurando.
- Nee-chan! – disse Gaara surpreso.
- Que foi? Eu vi sua carinha quando ela foi embora. Foi como naquela vez em que o Teddy foi estraçalhado pelo Totó... e logo em seguida o Totó estraçalhado por você... – lembrou Temari ainda com o sorriso sarcástico no rosto. – Pobre cachorrinho...
- Aonde você quer chegar com isso nee-chan?
- Bom... segundo estas regras bestas escritas por aquele bando de velhos impotentes, você conseguiria um acordo maneiro entre Konoha e Suna se viesse a pedir a ceguinha em casamento. – falou a loira verificando se suas unhas ainda estavam com o esmalte vermelho que gostava tanto.
- Nee-chan, por favor, mais respeito com os anciões e com Toph-san. – murmurou o Kage verificando os papéis.
- Maaaaaaaaaas... – Temari estendeu o dedo indicador em sinal de descoberta – Eu achei algo muito mais interessante... o Kazekage pode escolher uma esposa com sobrenome nobre sem precisar da aprovação do líder da aldeia de onde vem a moça. E a nossa amiguinha cega tem o sobrenome de uma das famílias mais poderosas da China, os Bei Fong. Portanto otouto fofucho, você tem cinco minutos para sumir daqui, tomar um banho e correr comigo para Konoha.
- Temari eu te amo. – disse Gaara.
- Eu sei gatinho, todo mundo diz isso. – respondeu a loira dando uma piscadela para o irmão.

(continua...)