domingo, 14 de novembro de 2010

“Errando a mira, acertando no alvo”

O personagem Itachi, bem como Konoha etc pertence a série "Naruto" de Masashi Kishimoto e os demais participantes da história foram criados pelo meu otouto-san Yago... divirtam-se com a leitura...


Era um dia entediante como todos os outros, minha carga horária de missões estava completa e a onda de paz que perdurava semanas já estava me enchendo o saco. Sentei-me a sombra de uma árvore a fim de tentar ler um livro maçante sobre linguagem corporal. Estava calor e isso me deixava desconfortável, fechei a droga do livro e percebi que, a uns cinco metros um grupo de garotas olhava pra mim e ficavam encabuladas. “Isso já está ficando chato” pensei comigo mesmo. Levantei sem dar bola para meu fã-clube e me dirigi até o portão das dependências do Clã Uchiha, ao entrar eis que sou recebido por uma bola em alta velocidade vindo em minha direção, sorte minha ser rápido.
- Poxa, que pegada! Pode me devolver tio? – disse um rapazinho de aproximadamente 08 anos.
Eu poderia ter furado aquela praga de bola, mas ainda estava de bom humor. Arremessei a bola com força, mas errei na medida e ela passou por cima da cabeça do garoto indo de encontro com uma moça que passava por ali carregando uma pilha de papéis.
Os papéis caíam de forma lenta enquanto a menina e a bola jaziam no chão. Corri até ela e a levantei – como era leve. Ela tocou a cabeça procurando um machucado e, em seguida, me empurrou com toda força:
- Você não se enxerga não? Quem você pensa que é? - disse a plenos pulmões.
As pessoas na rua paravam e olhavam para a garota com um ar de reprovação, ela realmente não sabia com quem estava falando. Enquanto aquela doida praguejava eu olhava ao redor para ver se achava o garotinho responsável por aquela confusão.
- Escuta aqui, não vai recolher meus papéis?- ela me olhava com raiva.
Um sorriso inesperado surgiu em minha boca. Senti um burburinho entre as pessoas em minha volta. Abaixei e comecei a recolher os papéis, eram desenhos feitos em tons de sépia: animais, paisagens e estudos de músculos do corpo humano.
- Desculpe. – eu disse entregando-lhe os papéis. Ela tomou os desenhos de minha mão e os colocou com delicadeza de volta na pilha de papéis que não havia se desfeito por completo. Um dos desenhos havia sido amassado pelo impacto da bola, ela abaixou devagar, apoiou a pilha no chão e começou a passar suas pequenas mãos sobre a figura de um casal sorridente ali retratado. Seu ritual particular foi interrompido pelos berros de um maluco que atravessava a rua rapidamente:
- Jovem Mestre! Jovem Mestre! Você está bem? – perguntou Nobu, um de nossos empregados que passava por ali e não presenciara minha burrice. Ele falava sem parar, mas eu estava mesmo interessado era em observar aquela garota estranha na minha frente.
Ela recolheu a pilha de papéis, levantou-se com um ar petulante, arrancou Nobu da minha frente, apontou o dedo para mim e disse:
- Você estragou meu desenho! – seus olhos castanhos se encheram de lágrimas, e eu até então não entendia o porquê.
- IMOTO! IMOTO! – um garoto de aproximadamente 10 anos correu até a moça puxando-a pelo braço - IMOTO!
Ele olhou triste para o desenho e disse:
- Você amassou o papai e a mamãe! – quando o garoto percebeu que eu estava ali sua boa abriu em sinal de espanto. – Uau! Itachi Uchiha, é você mesmo? Uaaaau! – seus olhos brilhavam em admiração. – Todos falam de você! Quantos anos você tem? Qual foi sua missão favorita? Qual o nome do seu pai e da sua mãe...
- KEYGO! – interrompeu a garota.
- Não liga pra minha irmã, nossa madrasta diz que ela precisa se casar antes de virar uma velha rabugenta, se bem que eu já acho ela velha e rabugenta...
-KEYGO!!! – gritou mais alto a moça corada de vergonha.
Ela segurou firme o braço do irmão, me olhou com raiva novamente como se meu nome não significasse nada e virou as costas arrastando o irmão por entre os curiosos que presenciavam nossa discussão.
As pessoas se dispersaram e eu dispensei Nobu. Voltei meu olhar para a rua onde Imoto e seu irmão havia se dirigido. Um outro sorriso inesperado saltou em meu rosto, o perfume dela continuava no ar, senti uma vontade incontrolável de segui-los, mas o livro chato de linguagem corporal chamava por mim.

“A gente ainda vai se esbarrar novamente... Imoto dos desenhos”

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